terça-feira, 1 de maio de 2012

A WORSHIPFUL COMPANY OF MAKERS OF PLAYING CARDS

Em 22 de outubro de 1628, o rei Carlos I da Inglaterra aprovou a criação da Company of the Mistery of Makers of Playing Cards of the City of London, que era um grêmio dos fabricantes de cartas de Londres. Uma das primeiras conquistas deste grêmio foi a proibição das importações de cartas nos reinos da Inglaterra e Gales a partir de 1 de dezembro de 1628, promulgada pelo rei. Em troca desta proibição, o rei impôs uma taxa sobre a fabricação de cartas - para compensar as que recebia até então sobre as importações - que era de três chelines sobre cada grosa de baralhos (144), dos quais dois chelines eram para o rei e um cheline para o funcionário encarregado de sua cobrança (Receiver os the Duty). Além disso, a empresa se comprometia a produzir cartas suficientes para atender a demanda a um preço que não deveria ser superior ao dos baralhos estrangeiros vendidos na Inglaterra durante os sete anos precedentes.
Todos os baralhos deviam ser selados pelo receiver e ter uma marca própria que identificasse o fabricante. A companhia podia supervisionar o comércio de cartas em Londres e numa área de 10 milhas em volta da cidade.
Nos anos posteriores, a companhia fez novas petições ao rei para perseguir e castigar os infratores do monopólio, e foram promulgadas diversas leis, sempre em troca de aumentos das taxas. Numa destas lei, promulgada em 1712 pelo Parlamento, estabeleceu-se que a marca do fabricante deveria figurar em uma das cartas do baralho e o ás de espadas foi o escolhido.
A taxa foi sendo ajustada durante o século XVIII (seis peniques por baralho em 1711, um chelin por baralho em 1756, em chelin e seis peniques por baralho em 1766, dois chelins por baralho a partir de 1789 e dois chelins e seis peniques por baralho desde 1801), o que acabou levando a uma crescente diminuição das vendas dos baralhos da companhia, ao contrabando e à evasão de impostos, sendo que a taxa foi drasticamente reduzida em 1828 a um chelin por baralho e a três peniques (como Excise Duty) em 1862, valor que se manteve até sua abolição em 1960.
Desde sua fundação, a companhia, que passou a se chamar oficialmente Worshipful Company of Makers of Playing Cards, celebra uma ceia anual no dia de Santo André (30 de novembro), ou nos dias anteriores a essa data, para escolher por um ano um Master e dois Wardens. Estas ceias têm sido celebradas a cada ano, exceto durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial. Na ceia de 1882, cada um dos membros presentes recebeu um par de baralhos comemorativos num estojo de couro. Então foi decidido que a cada ano os membros da companhia receberiam um baralho comemorativo, desde que comparecessem à ceia anual. Esta limitação, entretanto, foi abolida mais tarde.
O ás de espadas destes baralhos comemorativos inclui o retrato de Master e seu nome, e também os nomes dos Wardens. Os versos fazem referência a algum acontecimento destacado do ano anterior e incluem o escudo da companhia. Pode haver diferenças de cor entre os dois dorsos dos baralhos do estojo, que podem ter desenhos diferentes.
Em algumas ocasiões excepcionais a companhia editou baralhos comemorativos extraordinários: corações dos reis Eduardo VII e Jorge V, 75º aniversário da rainha Vitória, etc. Outros baralhos excepcionais foram enviados aos combatentes e aos feridos, nos hospitais no transcurso da Primeira Guerra Mundial.
Atualmente, a Companhia já não possui os amplos e exagerados poderes que originalmente tinha sobre o comércio de cartas, suas normas detalhadas, ordens e constituições. No entanto, continua protegendo seus interesses, entre os quais encontra-se uma fundação destinada a obter verba para a educação dos filhos ou órfãos dos fabricantes de cartas.
Outras associações de grêmios londrinas que incluíram entre suas tradições a oferta de cartas comemorativas como lembrança aos participantes em suas ceias anuais são Clothworkers (1949), Feltmakers (1900), Fishmongers (1980), Frameworker Knitters (1988), Haberdashers (1910, 1961-65, 1979), Mercers (1982), Tin plate workers (1982), Weavers (1987), Saddlers (1965), Skinners (1889, 1948, 1961-65) e Tallow Chandlers (1985).



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